Racionalidade Ambiental: O sujeito e o meio ambiente
Janeiro de 2018
O sujeito que pensa sua condição na natureza, a condição da natureza e de seus sujeitos animados e inanimados não pode ser racionalista, cuja consciência provém da razão iluminista apartada da complexidade dos fatores sociais e individuais políticos, econômicos, sociais, culturais e ecológicos. Ele precisa entrelaçar os conhecimentos científicos, os saberes tradicionais e as práticas coletivas numa nova racionalidade ambiental teórica, social e produtiva conforme aponta Enrique Leff. Acima de tudo, deve pensar seu lugar na ciência, na sociedade, no planeta, no meio ambiente.
O sujeito que pensa sua condição na natureza, a condição da natureza e de seus sujeitos animados e inanimados não pode ser racionalista, cuja consciência provém da razão iluminista apartada da complexidade dos fatores sociais e individuais políticos, econômicos, sociais, culturais e ecológicos. Ele precisa entrelaçar os conhecimentos científicos, os saberes tradicionais e as práticas coletivas numa nova racionalidade ambiental teórica, social e produtiva conforme aponta Enrique Leff. Acima de tudo, deve pensar seu lugar na ciência, na sociedade, no planeta, no meio ambiente.
O lugar do sujeito no novo paradigma
complexo parte de um pensamento individual e social com o intuito de incluir a
própria história diluída e atualizada em narrativas autobiográficas de si e
biográficas de outrem. Fatos de integração e desintegração, de pertencimento e
engajamento na natureza não podem ser esquecidos porque sinalizam mudanças de
rotas e perspectivas necessárias ao despertar do novo tempo.
Fui provocado a desenvolver a consciência
ambiental em 2013 por uma pesquisadora engajada na causa animal. Em seguida,
fui construindo minha própria narrativa ecológica e percebendo minhas razões
individuais e sociais. Sofro há mais de uma década as mudanças de clima e de
temperatura, venho de uma família padecendo das mesmas dificuldades,
compartilhando este pertencimento a um planeta vítima do aquecimento global e
das mudanças climáticas com outros sujeitos do meu país e de outras nações algozes
de desmatamentos, explorações de minérios, poluição. Ao engajar-me a esta
complexidade carregada de fatores políticos, econômicos e sociais, encontrei
meu lugar como pesquisador desta problemática. Escrevi e publiquei em 2017 o
livro Ecocrítica da cartografia
metafórico-interpretativa na não ficção de mudanças climáticas, clima e danos
ambientais, incluindo o conto T,
estimulado pela leitura de O diário do
clima, da repórter Sônia Bridi. Recentemente, acabei de ler outro
livro-reportagem, A espiral da morte
do jornalista brasileiro Claudio Angelo, reforçando a necessidade de novos
projetos de críticas acadêmicas e científicas a respeito do clima.
A biografia da nossa casa comum, a Terra, dos nossos ecossistemas, de animais pode começar pelas nossas próprias (auto)biografias contemporâneas e memórias em busca do tempo perdido da infância quando éramos mais tolerantes e amáveis em relação aos espaços naturais. Compartilhemos socialmente, localmente, globalmente, glocalmente essa ideia em nome do meio ambiente e do planeta saudáveis. O rio de minha aldeia que um dia secou rompendo as brincadeiras das férias não pode mais sumir.
A biografia da nossa casa comum, a Terra, dos nossos ecossistemas, de animais pode começar pelas nossas próprias (auto)biografias contemporâneas e memórias em busca do tempo perdido da infância quando éramos mais tolerantes e amáveis em relação aos espaços naturais. Compartilhemos socialmente, localmente, globalmente, glocalmente essa ideia em nome do meio ambiente e do planeta saudáveis. O rio de minha aldeia que um dia secou rompendo as brincadeiras das férias não pode mais sumir.
Referência
bibliográfica
ANGELO,
Claudio. A espiral da morte: como a
humanidade alterou a máquina do clima. São Paulo: Companhia das Letras,
2016.
BRIDI,
Sônia. Diário do clima: efeitos do
aquecimento global: um relato em cinco continentes. São Paulo: Globo, 2012.
LEFF,
Enrique. Saber ambiental. 6 ed.
Petrópolis: Vozes, 2008.
Revisão: Ana Lúcia de Sena Cavalcante
Revisão: Ana Lúcia de Sena Cavalcante
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