Agenciamento ambiental: As minorias sociais e o meio ambiente

Outubro de 2018

Os movimentos sociais arregimentam seus integrantes em favor do agenciamento de espaços e discursos na sociedade, nos meios impressos e audiovisuais dependente das forças do reconhecimento e da legitimidade, da diversidade em seus próprios quadros políticos neste século XXI. Mark Orbe em sua teoria da comunicação co-cultural compreende a gestão das diferenças ao enumerar estratégias assertivas e agressivas dos grupos minoritários.

O autor fala em trabalho interno e por meio dele há comunhão de pensamentos e ideologias por parte dos membros, exemplificando modelos fortes responsável pela demonstração das contribuições das minorias para o país, educando os outros e adotando esteriotipos positivos pertinentes e valorizados no meio social. Os propósitos agressivos são o confronto de membros dos grupos hegemônicos com o intuito de interromper a opressão, aquisição de vantagens capaz de esclarecê-los sobre os benefícios da não discriminação e sabotando outros, provocando os maioritários a não demonstrar vantagens e ser mais flexíveis. Essas estratégias devem ser utilizadas também nas manifestações ambientalistas dentro e fora dos movimentos das minorias contra as formas de opressão impostas à natureza e aos animais.

A ideia comum dos grupos ambientais femininos, negros, gays e híbridos nas suas diferenças é de que o opressor dos excluídos também violenta a fauna e a flora. Eles reconhecem na heteronormatividade masculina branca, a projeção de poderes de gênero e raça nos construtos de macho e fêmea, além da hierarquização das espécies. Raças como pitbull são mais valorizadas em detrimento de outras, animais machos com comportamentos de fêmea são agredidos, outros de mesmo gênero realizam seus instintos entre si e são separados sob o pretexto da não extinção das espécies e aqueles associados a mulheres, negros e homossexuais são caçados.

As estratégias apontadas por Mark Orbe podem ser adaptadas nas associações ecológicas de modo a reconhecer a importância da conservação de cada espécie nos ecossistemas animais, vegetais e humanos. A cidadania ambiental de todos os seres também passa pela desvantagem de excluir e oprimir humanos e não humanos. Os movimentos sociais e de meio ambiente convergentes entre si, têm uma longa missão nas sociedades, nos países e no planeta.

Simão Farias Almeida

Revisão de Ana Lúcia de Sena Cavalcante

Referências

MORTIMER-SANDILANDS, Catriona; ERICKSON, Bruce. Queer Ecologies: Sex, Nature, Politics, Desire. Bloomington: Indiana University Press, 2010.
ORBE, Mark P. Constructing co-cultural theory: an explication of Culture, Power, and Communication. Thousand Oaks; London; New Delhi: Sage Publications, 1998.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mitigação: Sobre livros, vaidades e urgências humanas

Ética Ambiental: Ecocrítica, Ecomídia, Jornalismo Ambiental: convergência e diferença