Poemas de calmaria durante a pandemia

 Poema ao palhaço morto

            A Ismar Pompeu, Paulo Gustavo e a todos os palhaços do mundo


Cadê a alegria que estava aqui?

Parou no tempo

por dias, semanas


Mas os ponteiros do relógio

caminham

e o universo se expande


E o palhaço sempre estará a brincar

entre as nuvens

enquanto houver crianças e anjos

em cada cantinho deste universo

a parar para ver seu encanto

sua magia de espanar

a poeira cósmica da tristeza




Presente do ausente, futuro do presente 

                       Aos educadores Marcos Braga e Antonio Veras

 

O telhado avoado do Instituto no vendaval

não vai fazer tremer sob seus pés 

não mais

 

A jiboia sobre os livros na estante da Antropologia 

não vai inocular pressupostos em sua sabedoria 

não mais

 

As corujas mães no entorno da Biologia

não vão virar a cabeça pra sua enganosa vilania

não mais

 

O bar Reitoria e o posto postal

não vão abrir pra você na noite fria

não mais

 

Apenas a luz solitária da maloca madruga submersa 

no lago de estrelas da sua alma no alto expandida

vai preencher a sapiência de outra vida

no universo da cidade além da guarida




Ode aos Direitos Humanos

                                a todos os injustiçados


Se os espinhos dos intolerantes te ferirem

é porque eles estrangulam

o sopro do coração

as cordas da canção


Mas se as petálas dos sensatos

voarem ao vento

o aroma vai ganhar o mundo

no sopro soprano

da ópera do humano

mais humano


E então os espinhos

servirão apenas de exemplo

de que ideias podem ser rompidas

mas o aroma das rosas não

nunca será suplantado

em sua etérea serenidade

da leveza dos bons sentimentos.



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